A revolução no mercado de segunda mão está em andamento! E esses números comprovam isso
Atualmente, a compra de produtos de segunda mão é parte integrante dos hábitos de consumo dos franceses. E a pandemia passada mais do que ampliou esse fenômeno. Os produtos de segunda mão estão ganhando cada vez mais participação no mercado, independentemente do tipo de mercadoria envolvida, tornando-os uma opção séria a ser considerada pelos varejistas.
Mas até que ponto?
Para entender completamente a extensão dessa tendência, vamos dar uma olhada no mercado de segunda mão, com o apoio de pesquisas. Quais são os setores envolvidos? Quais dados demográficos estão sendo visados? Quais são as principais motivações dos consumidores?
Depois de ler este artigo, você terá todas as informações necessárias para aproveitar essa oportunidade promissora 📈.
Números-chave do mercado de segunda mão
Mas o que é exatamente o mercado de segunda mão?
Antes de prosseguirmos, vamos concordar com a definição do mercado de segunda mão.
Em termos práticos, ele abrange a venda e a compra de bens que já foram usados. É um setor em rápido crescimento, impulsionado por questões de sustentabilidade e economia circular, entre outros fatores.
De fato, devido a esse sucesso crescente, os números sobre o assunto estão sendo divulgados há algum tempo!
Como está se saindo o mercado de segunda mão?
Para entender completamente os desafios associados a essa tendência, nada melhor do que deixar os números falarem por si mesmos. Diversos estudos foram publicados, incluindo um sobre o mercado de segunda mão em 2023, realizado pela Novascope.
E o primeiro número a surgir é mais do que sugestivo:
Quase 3 em cada 4 franceses compraram um produto de segunda mão durante o ano, todas as categorias combinadas (+9 pontos em relação a 2021).
Em termos de frequência, :
- 20% compraram de segunda mão várias vezes por mês ;
- 22% uma vez por mês;
- 32% uma vez a cada 2-3 meses.
Mais compras, portanto, mas também mais revendas, já que 87% dos entrevistados disseram que já haviam vendido produtos de segunda mão durante o período (+5 pontos em relação a 2021).
🇫🇷 Esse é um fenômeno que está bem estabelecido na França (cocorico!): de acordo com a KPMG e a FEVAD, em 2021, 91% dos franceses terão optado por comprar produtos de segunda mão, em comparação com apenas 52% dos espanhóis e 46% dos portugueses.
Setores afetados pelos produtos de segunda mão
A moda lidera o caminho
Todos os setores estão potencialmente interessados em produtos de segunda mão. Veja o sucesso da Leboncoin há muitos anos, onde você pode vender praticamente tudo.
Mas é impossível ignorar o triunfo da moda de segunda mão, cujos produtos são os mais vendidos nesse mercado (48% + 12pts).
E, de acordo com um estudo da Tripartie e da Wavestone realizado em 2022, dos 105 bilhões de euros em compras de segunda mão, 33 bilhões de euros serão destinados ao mercado de roupas de segunda mão.
É claro que a chegada da Vinted teve muito a ver com isso. Mas os brechós físicos também tiveram um papel a desempenhar: eles recuperaram a preferência dos consumidores (+ 140% entre 2019 e 2021) principalmente por motivos econômicos, embora o crescente apelo do vintage provavelmente seja um fator.
Outros setores
A moda, é claro, não é o único setor a ser afetado. De acordo com a Novascope, ele é seguido por :
- produtos culturais (livros, videogames, etc.) com 45%,
- móveis e decoração, com 34%,
- jogos e brinquedos, com 28%,
- pequenos eletrodomésticos com 21%.
O mercado de bens de luxo de segunda mão também está experimentando um dos crescimentos mais interessantes (entre 10% e 15%). Na verdade, de acordo com o Le Journal du Net, ele atingirá 24,9 bilhões até 2028 em toda a Europa (em comparação com 15,6 bilhões em 2022).
Por fim, uma menção especial para o setor de alta tecnologia, onde quase um terço dos franceses já recorreu a um produto eletrônico recondicionado (fonte: ReBuy e YouGov).
Por que o mercado de segunda mão está crescendo na França?
Mais econômico
Não há como negar, um dos principais motivos pelos quais os consumidores estão recorrendo aos produtos de segunda mão é econômico. Ainda mais no atual clima inflacionário.
De acordo com a Novascope, 86% dos entrevistados compram em segunda mão por causa do preço, com a seguinte distribuição
- 38% para economizar dinheiro;
- 15% para comprar mais com o mesmo orçamento;
- 10% para comprar itens mais novos, de melhor qualidade ou de luxo.
Mais ecológico
Mas também é uma questão de consciência ecológica para 65% dos entrevistados, dos quais 19% disseram que essa era sua principal motivação!
Isso é especialmente verdadeiro no setor da moda, onde o desenvolvimento do fast fashion levou a muitos excessos e aumentou consideravelmente a pegada de carbono das pessoas.
A compra de roupas de segunda mão em vez de novas reduz nossa pegada de carbono em 82%.
De fato, 58% da Geração Z e da geração do milênio, os alvos estratégicos do mercado de segunda mão, dizem estar cientes de que seu provador contribui para a mudança climática.
Não é de surpreender, portanto, que a consciência ecológica ressoe mais fortemente entre os "viciados comprometidos " (24% dos compradores), que tendem a ser mulheres entre 25 e 35 anos de idade, e para quem as motivações de RSC estão no mesmo nível do preço.
Plataformas mais adequadas
Entretanto, embora as motivações existam, o mercado de segunda mão também se desenvolveu porque as plataformas o tornaram possível.
Leboncoin, lojas de segunda mão, vendas de garagem... tudo isso existe há muito tempo. Mas a aceleração da digitalização dos padrões de consumo após a Covid e, acima de tudo, o desenvolvimento de sites específicos, facilitou o acesso a produtos de segunda mão.
Como a moda está na vanguarda dessa economia, é impossível não mencionar marcas como a Vinted e a Vestiaire Collective. A primeira, por exemplo, deve aumentar seu faturamento em 65% até 2021, chegando a 245 milhões de euros.
Outro exemplo é a expansão do site Back Market, um dos unicórnios da França, que facilitou a compra de produtos de alta tecnologia recondicionados.
Quem são os clientes de segunda mão?
A geração mais jovem e as famílias
Como vimos, a geração do milênio é particularmente atraída por produtos de segunda mão. A Novascope estima que essa é a categoria de compradores mais comprometida com esse modo de consumo.
As gerações Z e Y também são grandes fãs dessa economia, especialmente quando se trata de roupas. De acordo com um relatório publicado em abril de 2023 pela Thredup, elas são responsáveis por quase um terço dos gastos com moda de segunda mão. Em particular, eles dão muita importância ao valor potencial de revenda do produto, embora, assim como a geração do milênio, também sejam influenciados por seu compromisso com o meio ambiente.
Por fim, as famílias com filhos menores de 15 anos também são amplamente seduzidas por essa oportunidade. De acordo com o Access Panel, 74% delas já compraram ou venderam no mercado de segunda mão.
E quanto aos consumidores mais velhos?
Por outro lado, há grandes disparidades entre consumidores mais velhos e mais jovens. Na França, apenas 47% das pessoas com mais de 60 anos dizem que compram em segunda mão.
Para o Observatoire des Seniors, essa relutância se deve, em grande parte, a um apego mais forte ao valor da propriedade, à ideia de prestígio associada à posse de um bem novo.
Os limites do usado: rumo à moda rápida do usado?
Embora os benefícios ecológicos do mercado de segunda mão, tal como ele surgiu, não precisem mais ser comprovados, sua expansão está dando origem a alguns fenômenos bastante contraditórios: De acordo com um estudo do Boston Consulting Group, quase 70% dos entrevistados estão revendendo seus bens para ganhar mais poder de compra... com o objetivo de comprar novos!
Além disso, preços de segunda mão muito atraentes incentivam as pessoas a comprar mais, e muitas vezes coisas de que não precisam.
É verdade que uma compra de segunda mão polui menos do que uma de primeira mão, mas se continuarmos a produzir e consumir cada vez mais, cada vez mais rápido, isso não ajudará em nada a resolver o ecocídio acelerado que estamos vivenciando.
Isso sem mencionar o fato de que o sucesso de plataformas como a Vinted está minando toda uma economia solidária baseada em modelos como o da Emmaus ou da Cruz Vermelha. Em outras palavras, onde as pessoas costumavam dar suas roupas de graça, agora estão tentando vendê-las para obter lucro.
Plataformas de mercado de segunda mão
A economia de segunda mão opera em grande parte por meio de plataformas que usam um modelo CtoC (Customer to Customer). A maioria das compras é feita por pessoas físicas, em sites como Leboncoin, Vinted e Facebook Marketplace.
67% das compras de segunda mão na França em 2021 foram feitas on-line. A Leboncoin e a Vinted são as principais vendedoras on-line de produtos de segunda mão, respondendo por 44% e 37% das vendas, respectivamente, naquele ano.
Mas cada vez mais cadeias de varejo estão planejando explorar a abordagem entre canais para obter sua parte do bolo. Por exemplo, algumas das grandes empresas estão entrando em ação, como a Decathlon, que desenvolveu o site Decathlon Occasions, facilitando a compra e a revenda de artigos esportivos por pessoas físicas.
Portanto, mesmo que os consumidores que procuram produtos de segunda mão não procurem primeiro essas empresas, elas têm algumas cartas para jogar. Para competir com as grandes plataformas C2C, elas podem contar com garantias, que às vezes são difíceis de obter quando se lida diretamente com uma pessoa física.
77% dos franceses dizem que comprar um produto de segunda mão significa assumir um risco, e 40% dos compradores citam a falta de garantia como uma barreira para a compra (especialmente para pequenos eletrodomésticos e produtos de bricolagem).
Como você pode aproveitar o boom do mercado de segunda mão?
Em última análise, há muitas oportunidades, e cabe aos profissionais analisar cuidadosamente seu setor de atividade para identificar os produtos mais relevantes para oferecer em segunda mão, bem como o mercado-alvo ao qual devem dar prioridade.
Entretanto, como vimos, a escolha das plataformas desempenha um papel fundamental. Elas devem oferecer todas as opções necessárias para a estratégia, mas também proporcionar a qualidade e a transparência tão procuradas pelos consumidores, especialmente os mais relutantes.
Também é possível desenvolver seu próprio site (mesmo sem grandes habilidades técnicas), desde que você encontre uma ferramenta que seja suficientemente flexível e rica em recursos para se adaptar a todas as configurações. O Origami Marketplace, por exemplo, é um editor de marketplace fácil de usar, disponível no modo SaaS, que oferece suporte a vários modelos de economia circular: C2C, C2B2C, B2B, B2C e assim por diante. Além disso, sua equipe de ex-operadores de marketplace ajuda os profissionais com seus projetos a aproveitar melhor as oportunidades de segunda mão.
O que podemos aprender com o mercado de segunda mão?
As empresas, independentemente do tamanho ou do setor, não podem mais se dar ao luxo de perder os produtos de segunda mão. Entre a inflação e a crescente preocupação com questões ambientais, até mesmo os franceses relutantes estão começando a comprar em segunda mão.
Embora todos os tipos de produtos possam ser vendidos dessa forma, especialmente os têxteis, os profissionais que desejam penetrar nesse mercado não devem fazer qualquer coisa. É melhor usar plataformas sérias ou criar seu próprio site com cuidado, para tranquilizar os consumidores. É claro que não devemos nos esquecer de continuar adotando os reflexos certos para reduzir nossa pegada de carbono. Em outras palavras, fique atento ao fenômeno da "fast fashionização de produtos de segunda mão "... ou quando um problema substitui outro.