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Garantir uma boa governança corporativa para assegurar o futuro de longo prazo da organização

Garantir uma boa governança corporativa para assegurar o futuro de longo prazo da organização

Por Jennifer Montérémal

Em 16 de novembro de 2024

A boa governança corporativa parece ser uma condição sine qua non das organizações bem-sucedidas e garante sua longevidade. E por um bom motivo: ela garante que os poderes sejam perfeitamente distribuídos e que a estratégia geral seja aplicada de forma eficaz, de modo a garantir o desempenho da entidade e gerar o máximo de valor. Tudo isso em estrita conformidade com as normas em vigor.

Mas a governança corporativa evoluiu nos últimos anos, de modo que não atende mais apenas aos interesses dos acionistas. Agora, os interesses de todas as partes interessadas são levados em consideração.

Então, como é a governança corporativa hoje e como devemos defini-la? Quais são os princípios da governança corporativa? Como é possível garantir sua eficácia e com quais ferramentas?

Essas são apenas algumas das questões que abordaremos neste artigo.

Como a governança corporativa é definida?

O que é governança corporativa?

A governança corporativa, também conhecida como governança empresarial, é definida como um sistema implantado com o objetivo de dirigir e controlar a empresa da melhor maneira possível, ao mesmo tempo em que protege os interesses das partes interessadas.

Ela se baseia em :

  • nos processos e regulamentos que regem nosso trabalho,
  • mas também nos valores e na cultura da empresa .

A governança organizacional é o sistema pelo qual uma organização toma decisões e as implementa para atingir seus objetivos.

Norme ISO 26000

Idealmente, a governança corporativa envolve vários participantes ou partes interessadas, tanto internos quanto externos, com o objetivo de obter uma melhor distribuição de poder. Embora o conceito tenha sido desenvolvido no contexto da proteção dos direitos e interesses dos acionistas, atualmente ele também diz respeito a :

  • funcionários
  • fornecedores
  • clientes
  • bancos, etc.

Alguns especialistas vão ainda mais longe, dizendo que a governança corporativa precisa ter uma visão mais holística, considerando todos os componentes que afetam a entidade e o mundo do trabalho em geral, como as questões ambientais.

☝️ A governança corporativa não é exclusividade das grandes empresas. Na verdade, recomenda-se que organizações de todos os portes desenvolvam uma abordagem de governança eficaz para melhorar seu desempenho.

As diferenças entre governança corporativa e gestão de negócios

A governança corporativa não deve ser confundida com a gestão de negócios. Embora os dois conceitos sejam complementares, eles são, no entanto, distintos.

Aqui está uma tabela que resume suas principais diferenças:

Governança corporativa Gestão corporativa
Definição A governança corporativa diz respeito às estruturas, aos processos e aos mecanismos pelos quais uma empresa é dirigida e controlada. A gestão corporativa diz respeito às operações diárias e à administração da empresa para atingir seus objetivos.
Objetivos Visa garantir a transparência, a responsabilidade e a justiça na tomada de decisões dentro da empresa. Visa orientar as operações e os recursos da empresa para maximizar o desempenho e a lucratividade.
Principais participantes Envolve o CODIR, os acionistas e, às vezes, outras partes interessadas. Envolve a gerência executiva, como diretores e gerentes.
Funções-chave
  • Definir as principais políticas e estratégias da empresa.
  • Supervisionar a gerência para proteger os interesses dos acionistas e de outras partes interessadas.
  • Implementar sistemas de gerenciamento e controle de riscos.
  • Planejar e executar estratégias operacionais.
  • Tomar decisões sobre recursos humanos, financeiros e materiais.
  • Supervisionar as atividades cotidianas para garantir eficiência e produtividade.

Quais são os princípios da boa governança corporativa?

A governança corporativa baseia-se em princípios universalmente reconhecidos, pilares que reforçam sua solidez.

Esses princípios variam consideravelmente de uma fonte para outra, mas aqui estão os principais, que encontramos em particular em um modelo de governança de parceria (voltaremos a esse conceito mais adiante):

  1. A independência dos diretores: esse princípio garante a liberdade do conselho de administração com o objetivo de cuidar integralmente do bem e dos interesses da empresa... e não apenas dos executivos.

  2. Integridade: a integridade da organização se aplica não apenas à conformidade com a lei e os regulamentos, mas também a outros fatores, como a segurança dos funcionários.

  3. Prestação de contas: na medida em que a governança corporativa atende aos interesses de todas as partes interessadas, ela exige "prestação de contas" a todas elas, não apenas aos acionistas.

  4. Planejamento estratégico: isso significa questionar constantemente a estratégia prevista e monitorar as ações tomadas para aplicá-la da forma mais eficaz possível.

  5. Transparência: a comunicação ideal, garantindo o máximo de transparência, é uma das chaves da governança corporativa. Ela não se destina mais apenas aos acionistas, mas a todas as partes interessadas, tanto internas quanto externas.

  6. Equidade e equilíbrio: esses princípios promovem a diversidade e a paridade dentro da empresa, mesmo nos níveis mais altos (equilíbrio de gênero, por exemplo). Além disso, os diretores devem ser selecionados por suas habilidades e por sua capacidade de representar melhor as partes interessadas... e não por motivos pessoais.

  7. Respeito ao meio ambiente: o meio ambiente é uma questão importante para as empresas atualmente. Por motivos legislativos e éticos, a governança corporativa deve incluir em seu escopo o respeito ao desenvolvimento sustentável.

  8. Flexibilidade: os princípios estabelecidos, mas também a aplicação da governança corporativa, devem ser adaptados a cada estrutura para ganhar relevância. Uma grande empresa internacional não é governada da mesma forma que uma pequena VSE local!

Quais são os principais tipos de governança corporativa?

Tradicionalmente, há dois tipos de governança corporativa.

Governança dos acionistas

A governança dos acionistas, também conhecida como modelo do acionista, define a norma predominante.

Em termos mais concretos, ela consiste em dar prioridade aos interesses dos acionistas, oferecendo-lhes controle sobre as ações tomadas pela empresa e favorecendo o equilíbrio entre os acionistas e a administração.

Governança de parceria

A governança de parceria, também conhecida como modelo de partes interessadas, é o tipo mais popular de governança atualmente. Ela leva em conta todos os acionistas e seus interesses.

Em outras palavras, a estratégia não é mais orientada apenas pela lucratividade e pelo aumento da riqueza dos acionistas. O valor gerado pela entidade assume um significado mais amplo, incorporando outros elementos, como os consumidores e o meio ambiente.

Quem são os participantes da governança corporativa?

Embora a governança corporativa signifique levar em conta todas as partes interessadas, alguns participantes têm maior responsabilidade pela consecução dos objetivos da organização.

É por isso que a governança corporativa é amplamente estruturada em torno do Comitê Executivo, ou CODIR.

Esse órgão é tradicionalmente composto pelo CEO (Chief Executive Officer), juntamente com representantes dos departamentos da empresa (principalmente diretores ou gerentes de departamento). O objetivo desse órgão? Tomar decisões estratégicas e monitorar os indicadores de desempenho a fim de melhorar a eficiência geral da entidade.

☝️ Observe que há outros órgãos que desempenham um papel importante na governança corporativa. Entre eles estão

  • O COMEX, ou Comitê Executivo: suas funções são semelhantes às do Comitê de Gestão e ele auxilia o CEO. Entretanto, ele geralmente se reúne em grupos menores.

  • O COPIL, ou Comitê de Direção: esse órgão tem uma função mais operacional na execução dos objetivos gerais e opera dentro da estrutura dos principais projetos da empresa.

  • O COMOP, ou Comitê Operacional: é semelhante ao anterior. Em algumas grandes empresas, ele pode ser responsável pela implementação das decisões da COPIL.

Participações e objetivos da governança corporativa

Crescimento e desempenho aprimorados

Embora a governança corporativa esteja assumindo um caráter mais holístico, não se concentrando mais apenas no aumento da riqueza, o desempenho da organização continua sendo um grande desafio, nem que seja para garantir sua sobrevivência em longo prazo.

A governança corporativa fornece uma estrutura para as ações tomadas em nível operacional para atingir os objetivos definidos pela estratégia geral. Ao mesmo tempo, ela garante que essas ações sejam monitoradas, bem como a forma como são executadas e por quem.

Em última análise, essa abordagem ajuda a garantir o crescimento e a longevidade da empresa.

Aumento da credibilidade e da confiança

Manter uma boa imagem entre as várias partes interessadas também é um desafio para as empresas de hoje.

Como a boa governança corporativa leva a uma maior lucratividade e transparência, ela ajuda a criar credibilidade junto a investidores, compradores, possíveis credores e assim por diante.

Além disso, ao considerar outros interesses além de seus próprios lucros financeiros, como os componentes sociais e ambientais, a organização desenvolve uma imagem melhor:

  • junto aos consumidores, que estão mais inclinados a confiar nela,
  • com os funcionários, que ficam mais dispostos a investir em suas tarefas quando seus benefícios entram na equação. Além disso, isso tende a melhorar a marca do empregador da empresa, o que, a longo prazo, aumenta a produtividade dos funcionários.

Distribuição de poder

O mundo do trabalho mudou radicalmente nos últimos anos. Com o surgimento de novas práticas, como a gestão participativa e o desaparecimento dos silos, todas as partes interessadas participam direta ou indiretamente dessa governança.

Como resultado, a distribuição de poder se tornou mais complexa. Internamente, é uma questão de determinar a melhor maneira de tomar decisões, incentivar consultas, definir práticas de gerenciamento ideais etc.

Ao mesmo tempo, as empresas precisam ter em mente que todos os participantes agora têm impacto sobre elas, até mesmo os externos. Estamos pensando, por exemplo, na crescente influência das opiniões dos clientes ou dos protagonistas ambientais.

Conformidade com regulamentos e códigos de governança corporativa

A melhoria do desempenho geral deve ser feita de acordo com a lei e os estatutos da empresa. As ações das empresas permanecem altamente regulamentadas, e as regulamentações estão em constante evolução. Todos esses fatores devem ser levados em consideração, e com a máxima seriedade, para evitar abusos e aumentar a confiança de todas as partes interessadas.

Além disso, embora as regras de governança como tal não sejam reconhecidas por textos regulamentares ou legislativos, existem códigos que fornecem uma estrutura para organizações cujos títulos financeiros estão listados na bolsa de valores:

  • o código AFEP-MEDEF: adotado por quase todas as empresas do SBF 120, ele contém várias recomendações relacionadas à governança corporativa, principalmente no que diz respeito à remuneração dos diretores executivos e não executivos.
  • o código Middlenext: destina-se às menores empresas listadas. Ele fornece orientação sobre a conformidade com padrões e regulamentos, além de conselhos sobre como melhorar a eficiência e a competitividade.

Criação de valor

A criação de valor continua sendo o objetivo final da boa governança corporativa.

Mas essa noção deve ser entendida em um sentido amplo. Embora inclua o valor financeiro, o enriquecimento dos acionistas ou dos gerentes não é mais a única prioridade. A governança agora adota uma abordagem mais global, especialmente para recuperar a confiança do consumidor, que foi abalada nos últimos anos por repetidos escândalos.

Como resultado, ela agora está lidando com a dimensão humana, e as organizações precisam reconhecer o valor contribuído por cada parte interessada, especialmente os funcionários, para estabelecer sua solidez e credibilidade.

Como é possível implantar uma governança corporativa eficaz?

Determinando a estratégia de longo prazo

A governança corporativa envolve o desenvolvimento de uma estratégia sólida, apoiada por sua missão e sua visão de longo prazo.

Para isso, as organizações precisam se basear em vários fatores:

  • seus valores, que devem ser compreendidos por todos os envolvidos para que possam apoiá-los no dia a dia,
  • o ambiente e o mercado
  • a satisfação de todas as partes interessadas, etc.

Definição de uma estrutura e de regras

A boa governança corporativa significa definir as regras que regem a organização, os recursos e a estrutura implementados para garantir que as ações sejam eficazes e estejam em conformidade.

Em outras palavras, você precisa saber exatamente quem faz o quê e como, tanto do ponto de vista da tomada de decisões quanto do ponto de vista operacional.

Garantia de alinhamento estratégico

O alinhamento estratégico define a organização e as ações implementadas para garantir que o lado operacional atue de acordo com :

  • a estratégia geral
  • processos, estruturas e distribuição de poderes previamente estabelecidos.

☝️ Essa operação envolve a busca de um equilíbrio entre atingir os objetivos da entidade de acordo com os recursos financeiros e humanos disponíveis.

Atividades de controle

O alinhamento estratégico exige operações de controle. Portanto, as empresas :

  • monitoram seus resultados com precisão
  • detectam quaisquer anomalias, riscos futuros ou áreas de melhoria, com o objetivo de tomar medidas corretivas.

De fato, um dos princípios fundamentais da governança corporativa é a flexibilidade: as organizações devem estar totalmente preparadas para se adaptar às mudanças no mercado e na sociedade.

Manutenção de órgãos de governança

Os vários órgãos de governança corporativa desempenham um papel vital no bom funcionamento de uma empresa. Já mencionamos vários deles, como o Comitê Executivo e o Comitê de Direção.

A boa governança corporativa significa que esses órgãos-chave devem se reunir regularmente, pois facilitam a interação entre as várias partes interessadas para garantir uma tomada de decisão justa e informada.

Quais são as ferramentas da governança corporativa?

Para garantir o melhor desempenho de sua governança, uma empresa pode usar diferentes tipos de ferramentas.

Entre elas estão

  • Software de gerenciamento de documentos, pois é importante que todas as partes interessadas possam trabalhar e trocar um grande número de documentos, mesmo remotamente,
  • Software de gerenciamento de reuniões, para ajudar a gerenciar grandes reuniões,
  • software de assinatura eletrônica, como parte do movimento em direção à desmaterialização e à transformação digital das organizações,
  • software de gerenciamento de projetos, para colocar em prática as ações definidas nas reuniões da diretoria e monitorar a estratégia geral,
  • software de inteligência de negócios, que dá suporte à tomada de decisões comerciais por meio da análise dos dados da empresa.

É bom saber: para evitar que as empresas se percam na proliferação de ferramentas (que geralmente são caras) e para centralizar as funcionalidades essenciais, existem soluções 100% dedicadas à governança corporativa. Por exemplo, a suíte DiliTrust Governance é um serviço abrangente que permite gerenciar sua governança corporativa por meio de um portal dedicado e seguro. Isso inclui os módulos Board Portal e Legal Entities, que facilitam o gerenciamento de reuniões de governança presenciais e/ou remotas, além de digitalizar e simplificar o gerenciamento jurídico das empresas do seu grupo.

A governança corporativa em poucas palavras

A governança corporativa é um conceito complexo à primeira vista, mas é um conceito que todos os tipos e tamanhos de empresa precisam dominar, pois é a garantia de uma gestão sólida e eficiente.

Porque se você der tanta importância ao crescimento quanto à regulamentação e às pessoas, estará dando a si mesmo os meios para gerar o máximo de valor possível, de modo que possa sobreviver diante dos novos desafios econômicos e sociais.

Artigo traduzido do francês